Cotidiano: Batom vermelho
As horas passam devagar, eu não vejo a hora de chegar a madrugada, pois existe um silêncio excitante nas madrugadas. É a madrugada que eu me sinto graciosa, onde me olho no espelho. Pode até soar estranho, mas são nas madrugadas que passo um batom vermelho, e me sinto bem. Renovo-me, sou uma outra pessoa, mais alegre e mais grata por estar bem comigo mesma!
Em perdias horas noturnas que leio meus livros, que eu ouço vozes, que saem saem do inconsciente. Quando eu tenho a mente acelerada, geralmente ando em círculos. Logo depois, me aquieto! Quando cansei de ler e escrever, mas é mentira (risos)….
Às vezes eu penso nessas perdidas horas noturnas: — Se todos nós tivéssemos a chance, aliás tempo para ler e escrever! Que o nosso país seria bem diferente do que é agora, não haveriam tantas ignorâncias, ganâncias e mentiras.
Se todos nós tivéssemos a chance de conhecer as histórias de escritoras tipo a Carolina Maria de Jesus, existiria mais valor nos estudos, e uma vida mais digna a todos nós.
Silencio-me agora, vou retocar o meu batom vermelho! Logo depois, quero ler “Quarto de Despejo” de Carolina de Jesus, livro que recomendo.
Fabiane Braga Lima, é poetisa e cronista em Rio Claro, São Paulo
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