Albert e Bia.

Albert e Bia.

Hoje, é um dia chuvoso, mas preciso sair, ver papai, que anda doente, numa cama de hospital, há seis meses. Sem um diagnóstico concreto, ficamos de mãos atadas, sem saber o que fazer.

Mamãe, chora o dia todo, entendo por estarem casados há quarenta anos. Fico sem saber o que fazer, queria estar com ela em sua casa, poder cuidar. Casada, e com três filhos, não posso ajudá-la.

Albert, meu esposo, não entende meu sofrimento, e vive dizendo, que devo romper o vínculo, com meus pais.

Materialista, frio e calculista, dinheiro é o que o deixa realizado. Falsa felicidade. Há dias, que ao acordar, penso o pior.

Já pensei, até mesmo, em envenená-lo. Mas, me aquietei, tenho receio, pensando bem, ele pode me aprisionar, em minha casa, com meus filhos. Há dez anos, moro em São Paulo, assim que me casei. Já meus pais, moram em Minas Gerais. Preciso e devo descansar, estou exausta…

— Bia, acorde! — Albert, preciso descansar, minha rotina tem me deixado exausta, então, se retire, me deixe em paz. — Quem diria, anda valente, não tem medo de me enfrentar, posso tirá-la daqui, colocá-na rua. — Cale-se, essa casa também é minha, ou, se esqueceu? — Se retirou, sem me dar resposta, covarde.

Continua…

Fabiane Braga Lima/

Rio Claro, S.P