Perdoar e necessário
Encarei João Henrique fundo nos olhos, nervosa ao extremo. Como de costume. Escondeu-se, vou dar-lhe uns tapas. Uma senhora de setenta anos, não jamais poderá manter um caso com um adolescente, meu ilho que o criei como um príncipe. Deixe para lá essa história, assim João Pedro, esqueça de vez
Mas não, passou uns dias e lá esteva ele na casa da pervertida dona Odete.
— Onde estava João Pedro.
— Acho que vai gostar, e uma surpresa. — Mato-a!
— Parece que arrumou uma namoradinha. — Sim, mamãe e reciproco. Rididico, um garoto de dezessete anos, namorando uma senhora de setenta anos, isso pedofilia. Agora, sim, encontrei a palavra certa, pedofilia. Esperei ela procurar João Pedro, encontrei-os nus, engoli a fala.
Chamei uma autoridade. Olharam a cena, e deram risada.
— Afinal, qual o motivo das risadas?
Ainda, no quarto com aquela cena obscena, escutei-os: — Mamãe, não está bem, precisa urgente de um psiquiatra. Fiquei enfurecida, peguei meu filho pelo cabelo, jogando-o contra a parede.
— Calma, a senhora enlouqueceu, dona, Odete faleceu há cinco anos. — Mentira! — Discutiram por uma bobeira, ela lhe pediu perdão, mas a senhora nunca a perdoou.
De repente, lembrou-se do trágico acontecimento. Dona Odete, havia pedo rosas-vermelhas em seu quintal. Aparentemente, Margarete lhe espancou. Lembrei-me do pedido de desculpa, de dona Odete e do perdão que a neguei.
O motivo de vê-la em todos os lugares, foi porque a mágoa e o ódio permaneceram no meu âmago.
Sempre estará presente, se não houver perdão! Construí meu sepulcro, árduo passado. Preciso buscar ajuda, ou dona Odete, ainda estará viva em minha memória.
Perdoar é necessário!
Fim...
Fabiane Braga Lima / Rio Claro, S,P
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