
Uma história mal contada ll
- Fabiane Braga Lima, escritora
- 17 de mai.
- 1 min de leitura
Uma história mal contada II.
Foi então que descobri algo terrível. Meus pais colocavam sobras de comida em uma sacola, e Dona Lurdes as levava para seus filhos. As crianças se alegravam com a comida, mesmo quase estragada. Eles tratavam Dona Lurdes como se ela fosse menos que humana. A rotina era constante: Dona Lurdes vinha limpar a grande casa, sentava-se no chão e ali comia. Um dia, ela faltou ao trabalho, o que era incomum. Subi ao meu quarto e ouvi choro pela janela. Fui até a casa dela. As crianças choravam de dor e Dona Lurdes, silenciosa, tentava confortá-las. Aproximei-me da casa aberta e perguntei por que choravam. — Susi, me desculpe, prefiro não dizer. Volte para sua casa. — Escondi-me e observei as crianças chorando de dor, comendo restos estragados. Perguntei-me: Como meus pais podiam fazer isso? Eles seriam punidos, não pelas autoridades, que os temiam, mas por mim, sua filha.
Fabiane Braga Lima/ Rio Claro, S.P.
Комментарии