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Penhasco.

Penhasco.

Richard era um homem solitário rodeado de livros raros e caros vinhos. Acordava bem cedo, tomava banho, tomava o seu requintado café da manhã e então saia para correr. Adorava olhar as paisagens que o circundavam, ele morava no alto de uma cadeia de montanhas, longe de tudo, de todas e de todos. Porém, no passado adorava frequentar festas agitadas, Richard era um homem de muitas posses, que de repente largou tudo para viver isolado, pois se sentia exausto de pessoas fugazes e interesseiras, nas quais diziam ser amigos, entre aspas.

Certo dia, como de costume saiu para correr, mesmo se sentindo cansado continuou na rotina diária. De repente, se viu cercado por um nevoeiro denso, e já não enxergava mais nada. Ficou parada sem saber o que fazer, foi quando sentiu uma mão que tocou na sua e começou a guiá-lo. Amedrontado, olhou para o lado e viu, era uma senhora idosa, confuso, não sabia o que fazer, quis fugir, mas foi barrado por uma jovem mulher que ficou na frente dele, interrogando-o

— Calma, onde pensa que vai? Retrucou a jovem de forma áspera.

— Minha família me espera! Respondeu ele mentindo, como sempre quando perguntavam pela família, a família de Richard sempre estava esperando por ele em casa.

Foi conduzido até uma casa simples, pelas duas mulheres, ele parecia estar em um sono profundo e preso em um sonho. A casa não era estranha para Richard. Ao adentrarem na casa, ele olhou para os quadros nas paredes e os muitos porta-retratos espalhados pelos cômodos da casa, ficou perplexo e mudo. Eram fotografias de pessoas conhecidas dele, eram fotografias da família de Richard e muitas dele com amigos próximos em várias fases da vida.

— Essa casa humilde foi tudo que nos restou, papai. — Disse a jovem olhando nos olhos de Richard.

— O senhor perdeu a nossa imobiliária em jogos, bebidas e com mulheres.

— Preciso ir embora, preciso!

— Falou alto não aguentando a pressão.

— Sim, papai, mas antes de ir embora olhe bem para esta senhora que lhe salvou do nevoeiro, olhe bem?

Aquietou-se ao ver a mulher, ele sabia que era sua esposa Catarina. Mas se angustiou e saiu correndo, ele queria voltar para casa bem rápido. Por fim, chegando em casa, procurou e não encontrou a casa, infelizmente. A imagem de Catarina, que jazia morta ao fundo de um penhasco, tomou a mente do Richard, penhasco, no qual ele nunca avistara na vida. Mas tinha a imagem da esposa morta depois que se lançava em um penhasco abraçada com a filha pequena deles nos braços. Richard não conteve as suas lágrimas. Ao acordar do pesadelo, terrível, o insípido e bem-sucedido corretor de imóveis, que passava pela crise da meia-idade. Que a tempos, decidiu se isolar da família, sozinho no meio do nada, finalmente tomou a decisão de voltar para casa.

Ao ficar de frente da esposa e com a filha pequena nos braços, ele não se conteve — Perdoa-me Catarina? — Perguntou Richard para a esposa.

— Sempre! Mas não se jogue num penhasco novamente. Não se afaste de novo! — Não vou desistir, superaremos



Novamente, superemos nossas dificuldades. — O casal se abraçou. Decidiram caminhar juntos pela vida para superar denso nevoeiros e vencer negros penhascos. Mas Catarina já havia falecido. Em relação à sua filha:

— Foi, apenas um sonho. Hoje, Richard vive sozinho, sem família e amigos.

— Merecido.

Texto de Fabiane Braga Lima de Rio Claro, São Paulo

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