O LAGO III
- Fabiane Braga Lima, escritora

- 8 de out.
- 1 min de leitura
O lago: Terceira parte
Dois meses se passaram, e eu, fingindo que nada estava acontecendo. Luan estava cada dia pior, em altas horas, levando homens e mulheres vulgares, para dentro da nossa casa, dando pequenas recepções, que se avolumaram, regadas a bebidas, jogos e coisas piores. Calei-me, por amor aos meus filhos, infelizmente, necessitava dele, de seu maldito dinheiro.
E, assim, fui levando a vida, fingindo estar tudo bem. Não dormíamos juntos e mantinhamos contatos mínimos. Lucas, um dos poucos amigos de Luan que parecia ter um pouco de decência, e que frequentava a minha casa, percebeu logo o quanto Luan era falso.
Foi então que nos tornamos amigos, amigos íntimos, por assim dizer. Meu alicerce, nas horas em que queria gritar, mas por amor aos meus filhos, me calava. Enquanto Luan exibia vulgares mulheres jovens, onde quer que fosse, eu e Luan, tínhamos uma relação sadia, entre homem e mulher. Deu um basta na minha relação com Luan, fui feliz, nos braços do meu novo amor.
Bom, Lucas e eu ainda estamos juntos e, a cada dia que se passa, o nosso amor e o nosso desejo mútuo, aumentam. Apesar de tudo, estou gostando da situação. Calada, pergunto-me: — Será que estou agindo certo? Pois continuo casada legalmente com Luan!

Texto de Fabiane Braga Lima, é poetisa, contista e cronista em Rio Claro, São Paulo.



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