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O lago II

O lago II.

Permaneci duas horas junto ao lago, amaldiçoado pela sua proximidade com a minha casa. Ali, caída, meus filhos dominavam os pensamentos. Vivíamos em um terreno instável, sujeito a deslizamentos. De volta em casa, encontrei Luan no banho e as crianças dispersas, famintas.

— Mamãe, onde esteve? — perguntou Richard, o mais velho. — Fui acertar as contas na mercearia — menti. — Papai chamou uma enfermeira, ele está mal. Enfermeira? Achei estranho.

Corri para o quarto. Luan, semi-nu e suado, não aguardava por uma enfermeira; os lençóis estavam em desordem. Contive minha fúria, queria surpreendê-lo...

— Amor, vou à mercearia, já volto. Ele segurou minha nuca, sussurrando: — Me espere, estarei aqui. Mentiroso. Simulei acreditar. Exausta e traída, voltei ao lago para refletir. Luan apareceu ao longe. Suspirei, esperançosa: — Veio me buscar. Mas não, ele estava com amigos e uma jovem, de uns dezenove anos. Abraçou-a, e logo ambos se desnudaram. Meu coração acelerou, quis gritar, mas me contive. Uma hora foi suficiente...

— Suma! — ele ordenou à garota.

— Você vai me procurar novamente? — ela perguntou, molhada e nua.

— Suma, eu disse!

— Ele reiterou. Sou um homem de família. Foi ali que nosso laço se rompeu. Em casa, encarei-o como se nada tivesse mudado. Agora era a minha vez!

Continua...

Fabiane Braga Lima/ Rio Claro, S.P.

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