Caminho sem volta
O abismo
Palavras são insuficientes para descrever e resumir tudo que passei. Mas, minha mente inquieta e acelerada ousa desvendar o passado, passado no qual nunca obtive respostas. Recordo-me de tudo. Foi como se existisse um abismo no sentido figurado, entre duas pessoas apaixonadas, apenas supondo que seja paixão. Então, do outro lado do abismo havia um vulto, apenas um vulto. Minha suposta paixão!
Inexistente...
Tentei construir uma ponte, para chegar até ele, o vulto, mas seria um caminho sem volta. Bom! A ponte poderia desabar e cair! Então seria apenas um corpo morto caído no chão, por incoerência. Torturada por uma paixão inexistente, pude perceber a ilusão. E ilusão pode ser sinônimo de nada, de fantasma e fantasmas são inexistentes.
O amor não se desfaz, nem ilude sua mente, machucando seu coração, despedaçando sua alma. Às vezes é necessário ficar entre a demência, e a razão, pois nem tudo se pode falar.
Compreende…!?
Não deixe o mal vencer o amor! O amor é sincero, não nos destrói, completa. Devemos ser nossa melhor metade, sorriso, esperança, e o resto, o tempo nos encaminha. Hoje, vejo-me lúcida, distinta de tudo que me fez sofrer e rastejar, sem saber o porquê.
Palavras já não me machucam. Não existem mais argumentos e nem fragmentos de um coração destruído. Amor próprio, sempre! Não queira ser apenas uma fração, amor não se divide, completa um ao outro. E tudo ou nada. Ame- se ...! Há caminhos sem volta. Cair no abismo!? Jamais!
Texto de Fabiane Braga, é poetisa, contista e cronista em Rio Claro, São Paulo.
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