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Um amor do passado.

Um amor do passado.

Desci a escada do quarto, e lá estava Aldo com um guarda-chuva enorme, dizendo que iria chover. Ah, estou cansada destas complexidades dele. Às vezes, tenho vontade de sair com os amigos, mas eu o amo, loucamente. Não, não teria coragem. Fico sentada esperando-o, para dormimos, logo depois, segura minha mão, beija-ame delicadamente.

Audacioso, me joga na cama, e nos saciamos de amor. Em seguida, ele desceu a escada novamente e eu fui atrás. Lá está ele olhando para janela, dizendo que choverá.

Não sei se foi loucura, mas tive uma ideia. Aldo, tenho uma ideia: — Que tal concretizarmos amor na chuva? — Não, podemos ficar gripado. Louco, o céu estava limpo, não iria chover. Insensitivo, novamente: — Estou excitada, venha! — Céus! Está chovendo. Não, estava chovendo, segurou minha mão com força, e despiu-me. — Aldo estava louco, será?

Telefonei para minha mãe, ela disse-me, não conhecer Aldo, que deveria estar louco. Mamãe estava envelhecendo, não se encontrava com a memória boa.

Sai um pouco, para desparecer, Aldo estava com a sombrinha aberta, em pleno verão. Se alguém pergunta-se-me, diria estar se protegendo do sol.

— Querida?

— Aldo, por favor — Está chovendo muito, entre aqui em baixo do guarda-chuva. Fiz sua vontade, mas essa semana levarei-o ao médico, deve ser algum transtorno.

— Margarete?

— Diga querido. — Pegue dinheiro na gaveta, preciso beber algo, um suco. — Sim, querido.

Fui a venda do lado, e comprei-lhe um suco. Mas, ao pagar, a dona da vende disse-me:

— Este dinheiro e bem antigo, deve ter uns dois seculos, atrás. Corri para casa, e Aldo estava de saída. — Preciso ir. — Aldo!__Gritei. Pegou um caminho estreito pela floresta, e olhando bem para ele, estava envelhecendo gradualmente, já não era mais ele.

__Gritei, pois eu o amava!

Chegando em casa, ainda em panico, sua foto estava na parede da sala, era Aldo que conhecia, novo, o meu homem. Subi a escada, e na nossa cama havia um bilhete: -Não chore, juro que voltarei, mas não nesta vida. Lembre-se, sempre irei lhe amar. O guarda-chuva estava no sofá, com um recado: hoje, chovera. E choveu! Tive que abandonar a metade da minha existência.

Chamo-me Margarete, vivo um dia de cada vez, até me recuperar por inteira. Quanto a Aldo, calei-me, definitivamente…

Fabiane Braga Lima/ Rio Claro, São Paulo


 
 
 

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