top of page
Esse site foi criado por Escritora,

Lana.

Atualizado: 17 de nov. de 2023

Lana

Durval ficou sentado na rua, sujo como um mendigo. Não senti remorso, afinal, ele quis agir dessa forma, fugiu dos problemas, deixou de lado o filho e a esposa, esqueceu que Gael estava deitado na cama, enfim, o orgulho prevaleceu sobre o orgulho. Arrumei um novo serviço, e vizinhos se solidarizaram com minha história de vida. Não posso mentir, que sentia falta de Durval, sozinha em casa com Gael, não tinha ninguém para compartilhar meu sofrer.

Passaram-se meses, fui me acostumando, meu filho respirava. Não era lúcido, mas quando precisava sair, o deixava sozinho. Praticamente estava vegetando como Gael, vivendo por ele, enquanto muitos, inclusive o médico disse: — Lana desliga os aparelhos que mantêm Gael, ele está sofrendo?

— Jamais, meu filho respira. — Gael, está morto, não há mais solução. Suspirei, e fui embora. Chega de médicos, agora sou eu e Gael…

Deixe para trás muita bagagem desnecessária, inclusive Durval. Com o passar do tempo descobri que ele voltou a trabalhar, e arrumou uma amante. Já o quadro de piorou, a noite segurava em sua mão, calada, dizia:

— Mamãe está aqui, chegou a hora de partir. Não, havia mais recursos, na verdade, o médico estava certo, Gael estava morto, lutando para respirar.

No dia seguinte, Gael havia partido, sabe, acho que fiquei aliviada. Durval não apareceu, para se despedir do filho. Vizinhos, mais uma vez se solidarizar, ajudaram-me, no velório do meu Gael. Percebi, que comecei a viver, conhecer pessoas novas, e nunca mais procurei Durval. Seu orgulho, era que matava dia a dia. Hoje, sou outra mulher com várias cicatrizes na alma, mas digna e honesta.

Fabiane Braga Lima/Rio Claro, S.P.

4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Olá

bottom of page