O lago XI.
A narrativa estava concluída. Meire era a culpada; não precisava ouvir dela, mas eu me coloquei no seu lugar. Eu faria o mesmo! Ainda em silêncio e sob efeito de medicamentos, ela chorava em sua cama. Provavelmente sentia falta da filha. Eu estava indecisa sobre o que fazer, afinal, Luan, meu marido, havia matado a filha dela. Fui informada que seria liberta amanhã, os guardas vieram me notificar. Meu coração doía, Meire fez o que qualquer mãe faria, eu precisava fazer algo por ela. As luzes se apagaram, deitei-me, apenas me deitei, não dormi, fiquei acordada pela madrugada, incapaz de pensar, minha mente estava paralisada. Finalmente, amanheceu, arrumei a mala e esperei o guarda me chamar. Optei por não me despedir de Meire, sentia vergonha. — Lucas? Desabei em lágrimas ao abraçá-lo. — Jane, não chore, vai ficar tudo bem! — E meus filhos, como estão? — Estou com eles e estou com saudades da minha mãe. — Conheci uma mulher, Meire, ela matou Luan. — Sei, também sei por que ela o fez. — Ela queria proteger a filha. — Calma, vou tirá-la daqui e agora vamos, seus filhos estão à sua espera.
Continua...
Fabiane Braga Lima/ Rio Claro, S, P.
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