Na Alma.

Na alma "

Finalmente chegaram as férias. Férias do meio do ano, que seriam no máximo quinze dias. Os aprendizes, entusiasmados, corriam de um lado para o outro. O famoso descanso, e o encontro mais que merecido, com a família.

Lina parecia sem vontade. — Vou sentir sua falta! __Disse Ezequiel a Lina. — Preciso ir, meus pais chegaram. Fria, pois não correspondia o amor de Ezequiel. Abraçou seus pais, escondendo o rosto com um excesso de maquiagem, aquilo não era normal. De fato, a garota não queria mostrar-lhes suas muitas cicatrizes, que se alojavam no rosto.

Lina morava numa pacata cidade do interior...

Ao chegar em casa, suada, impossível esconder as cicatrizes da mãe.

Então, sua mãe, em estado de choque, levou-a, a um cirurgião plástico. Um tratamento caro, mas, que deu fim as cicatrizes alojadas na face. Lina, transformou-se numa outra mulher, sua autoestima, mudou no dia que se olhou no espelho. Enxergando assim, a bela mulher que ocultava o rosto.

Sentia-se feliz com sua família, porém ao deitar-se, sentia uma imensa falta de Ezequiel.

Não o telefonou, como combinado. Ficaram quinze dias sem se falar...

Passando-se quinze dias, voltou a Universidade, suas pernas estavam, trêmulas, suava frio. — Afinal, era a saudade de Ezequiel? O amigo de Ezequiel, gritou: -Ei, garota, ainda repartirá o dormitório com Ezequiel? Lina, calou-se.

— É muito audaz, boa sorte!

Ezequiel, já estava no quarto, e correu até ela. Ela o abraçou, matando a saudade. Naquele dia não saíram do quarto, saciaram-se de desejo e paixão?

— Havia reciprocidade, naquela mistura de amor e paixão? Lembrou-se das cicatrizes, pensou calada: Já não se encontra na face. Mas, sim: "N'alma".

Continua...

Fabiane Braga Lima/ Rio Claro, S.P