Amanheceu, não nego, não dormi, fiquei vagando madrugada afora. Me arrumei, e logo fui ao hospital, pensando o pior. Vegetando, vivo à base de aparelhos, estava papai, mamãe, como sempre, rezando e chorando. Não sei mais o que fazer, nenhuma melhora, sabe, terei uma longa conversa com o médico, agora não sentia pena de papai, mas sim, de mamãe.
Aguardei o médico! Atrasado, o chamei, se chamava, Doutor Levi.
— Com licença, posso ter uma conversa com o Doutor. — Entre, e sobre seu pai, Felinto, um senhor de oitenta anos. — Poderia me explicar mais sobre a situação, na qual se encontra meu pai? — Claro que o diagnóstico não é satisfatório. Sei que meu pai está vivo, graças a aparelhos. — Estou pensando em Eutanásia, sem que mamãe desconfie.
— Séria o certo, mas a família precisa estar presente, e a senhora tem mais irmãos. A conversa não foi agradável, porém já esperava o pior. Novamente, entrei na UTI para ver papai, segurei em sua mão e falei baixinho em seu ouvido:
— Papai, estou aqui, chega de sofrer, chegou a hora de partir… Com o coração doendo, regressei para casa, meus filhos, necessitam da mãe.
Quanto a Albert: Dar-lhe-ei mais um voto de confiança, com todos os seus defeitos, e o pai de meus filhos, e meu esposo. A vida continua.
Fim…
Fabiane Braga Lima/ Rio Claro, S, P
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